Atitude pró-ativa e hábitos do motorista são determinantes na hora de definir valor do contrato. Até a disposição para fazer curso oferecido pelas empresas rende descontos.
Comprou um carro novo em folha ou escolheu um usado? Seja qual for a opção, o valor do seguro entra na conta dos gastos com o veículo. Cerca de 90% dos automóveis novos no Brasil são protegidos contra acidentes, furtos, roubos e também contra lesões a terceiros. Escolher a cobertura mais adequada ao perfil do motorista pode deixar a prestação mais barata ou encarecer o valor das parcelas. Você sabe o que é levado em conta no cálculo de sua apólice? Os seguros custam, em média, entre 5% e 8% do valor do veículo. Passar um ano inteiro sem se envolver em acidentes pode render descontos na renovação do contrato; morar em prédio com garagem ajuda, da mesma forma, a amenizar os custos. Até mesmo aceitar fazer um curso de direção defensiva proposto pela seguradora rende descontos ao motorista.
No país, 90% dos seguros contratados têm proteção para o veículo e para terceiros, ou seja, a cobertura pode ser estendida aos demais automóveis envolvidos no acidente, ou sinistro, segundo o manual do setor.
Uma terceira categoria são os seguros para acidentes pessoais dos passageiros transportados no carro segurado.
Apenas 50% dos contratos, geralmente, incluem a cobertura, mas o impacto no preço final é de aproximadamente 10%. “Na composição do custo do seguro, podemos dizer que 70% dizem respeito à proteção do carro, 20% são destinados à proteção para terceiros e 10% representam a fatia dos acidentes pessoais”, diz Luiz Pomarole, diretor geral da seguradora Porto Seguro.
O preço varia, ainda, de acordo com o comportamento do consumidor. Mulheres pagam menos em comparação aos homens, assim como jovens têm a precificação maior que as faixas etárias mais velhas. “Geralmente os jovens tem uma vida mais ativa, saem mais à noite e acabam se expondo aos riscos de acidentes”, explica Parole. Os hábitos do motorista pesam na avaliação. Pessoas que usam mais o carro, vão pagar mais caro que os motoristas de fim de semana. Quem tem garagem em casa e no trabalho também leva vantagem no momento do cálculo.
No entanto, alguns fatores podem fazer com que os seguros de automóveis fiquem mais baratos. A cada ano sem acidentes, o usuário recebe bônus no valor de 5% a 10% no momento de renovação da apólice. O bônus pode ser carregado de uma seguradora para outra, uma espécie de portabilidade. Veículos com rastreadores também são bem-vistos pelas seguradoras e rendem descontos na contratação. A localização do bairro, de acordo com áreas de maior ou menor incidência de roubos de veículo entram no cálculo.
Outra iniciativa que rende desconto é a adesão a programas das companhias. A seguradora Porto Seguro, por exemplo, tem um curso de dirigibilidade, onde jovens são submetidos a situações de estresse no trânsito, uma forma educativa de mostrar, na prática, os riscos, por exemplo, da alta velocidade. “Quem adere a esse programa recebe um bônus”, reforça Parole.
Composição de custos Há mais de 20 anos a administradora de empresas Roberta da Silva tem carteira de motorista. Logo nos primeiros anos da habilitação ela sofreu perda total de um carro importado. “Cai em um buraco e o carro estragou muito, mas fui indenizada pelo seguro”, conta. Desde então, todo ano ela opta por renovar a cobertura de seu Honda Fit. Segundo Roberta, ao acumular bônus, ela tem obtido descontos. “Pago cerca de R$ 1,3 mil por ano.”
Na opinião da motorista, a proteção para o carro é importante, mas ela se preocupa também com o seguro para terceiros. “Como já tive um acidente, penso que o custo-benefício da proteção vale a pena.”
Roberta troca de carro com alguma frequência, mas antes de bater o martelo na escolha do modelo, faz uma consulta ao seu corretor de seguros. “Dois modelos de carro de marcas diferentes mas com o mesmo valor de mercado, podem ter o custo do seguro bem diferente”, diz a consumidora. É exatamente por esse motivo que ela pesquisa o item, antes de comprar um automóvel.
O custo da apólice depende do modelo do veículo. Alguns têm maior incidência de roubos, o que influencia na composição do custo da proteção. Um carro no valor de R$ 20 mil, por exemplo, também pode ter uma taxa de seguro (percentual equivalente sobre o valor do bem) superior a de um importado, estimado em R$ 100 mil. Enquanto o seguro de um importado pode ter a taxa de 5% e custar assim R$ 5 mil, o seguro do veículo mais velho, que custa R$ 20 mil, pode ser de 10% devido ao conjunto de fatores que entram na composição do custo.
Expansão firme
No primeiro trimestre do ano, o mercado segurador cresceu 22,4%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O avanço das apólices de automóveis foi de 7% no período. Apesar da retração, agora observada, na venda de carros novos, o mercado de usados é apontado pelas seguradoras como um dos motivadores do crescimento do setor.