Não será, certamente, a principal preocupação dos familiares e amigos das vítimas do acidente do Airbus 320 da Germanwings, que nesta terça-feira se despenhou nos Alpes franceses, mas não deixa de ser importante. Qual será o valor da indemnização para os passageiros do voo 9525? A resposta é: 318 mil euros. A Allianz Global Corporate é a seguradora líder que cobre o avião acidentado nos Alpes, uma vez que é a principal titular da apólice conjunta para cobrir toda as aeronaves operadas pela Germanwings.
A cobertura máxima total por avião em caso de sinistro é de 1.250 milhões de dólares (cerca de 1.140 milhões de euros). Neste valor está incluída uma indemnização inicial por passageiro que vai até aos 348 mil dólares (318 mil euros), o que significaria o pagamento total de 47 milhões de euros às 150 vítimas do acidente. No entanto, os números poderão disparar no caso de ter sido uma negligência da companhia aérea a estar na origem do acidente. Nesse cenário, a Allianz assumiria um custo máximo de 636 milhões de euros para enfrentar danos pessoais e terceiros. Além disso, teria de pagar à Germanwings o avião acidentado.
A seguradora norte-americana American International Group (AIG) também participa na apólice, intermediada pelo corrector britânico Jardine Lloyd Thompson (JLT). As duas empresas formalizaram a apólice na Alemanha, país de origem da companhia low-cost, pertencente ao grupo Lufthansa. Em princípio, será no país germânico que será gerido o processo das indemnizações. No entanto, diz o Expansión, poderá ser activado um mecanismo para que essa gestão seja feita também em Espanha, uma vez que ambas as seguradoras têm filiais no país vizinho.
A Allianz tem uma forte presença nos seguros de aviação internacional. A empresa alemã assegurava também o avião da Malaysia Airlines que foi derrubado na Ucrânia em Julho do ano passado (com um custo estimado de 700 milhões de euros) e o aparelho da mesma companhia que desapareceu num voo para a China em Março de 2014. Estas apólices cobrem acidentes mas não desastres causados por terrorismo ou guerra, pelo que a Malaysia Airlines tinha esse risco coberto na Ucrânia com a Atrium Underwriting, uma firma especializada do mercado de seguros da Lloyd’s, em Londres.
Após o acidente de terça-feira, as seguradoras abrem um processo que se inicia com os pagamentos prévios às vítimas ou aos familiares (como neste caso, uma vez que não há sobreviventes). As indemnizações finais só acontecerão quando forem conhecidos todos os dados. Entre 2009 e 2013, as seguradoras ganharam 890 milhões de dólares com estes seguros, graças à ausência de acidentes, situação que mudou em 2014.
Fonte: CQCS